PORTUGAL PROFUNDO – Ao sabor da corrente
Texto: Mário Rocha
Fotografia: Francisco Fonseca
Publicado no Jornal Notícias do Mar
Cascais é, provavelmente, um dos locais de mergulho menos conhecidos e procurados pelos amantes do mergulho em Portugal. No entanto, a sua localização geográfica permite-nos desfrutar do mergulho durante quase todo o ano. A sua costa Oeste e Sul é delimitada pelo Oceano Atlântico. Mas esta última, que se extende até ao estuário do Rio Tejo, é mais abrigada permitindo assim o mergulho quando as condições meteorológicas são mais desfavoráveis.
Desta vez, a nossa proposta de fim-de-semana fica muito próxima de Lisboa e num dos vértices da chamada Costa Estoril Sintra. No centro desta região (uma faixa com 20x40 Km) sobressai a magestosa Serra de Sintra (área classificada pela UNESCO como paisagem cultural património da Humanidade) que ajuda a definir sectores diferenciados sobre o ponto de vista climático. Esta diversidade permite-nos obter locais recomendados para todo o tipo de mergulhadores.
Entre moreias e marisco
Após a marcação dos mergulhos com Francisco Macedo, responsável pelo centro de mergulho local, o sábado ficou reservado para os mergulhos mais próximos da Marina de Cascais. Saímos para Oeste e numa rápida viagem de, aproximadamente dez minutos, chegámos à zona da Pedra da Moreia. Umas formações rochosas, com três a cinco metros de altura, onde podemos facilmente chegar aos quinze metros de profundidade. É uma zona para um mergulho calmo e descontraído, o ideal para começar a jornada. Ao cair na água constatamos que, apesar do vento vindo de terra, até estamos com sorte. A visibilidade atinge os dez metros, e quase não há corrente. Logo no início do mergulho encontrámos um polvo numa posição desafiadora, o modelo perfeito para as primeiras fotos do dia. As melhores surpresas estão reservadas nos buracos na pedra, que devem ser explorados com uma boa lanterna. As Moreias e os Safios são uma atracção deste mergulho, assim como a grande quantidade de Nudibrânquios, mas foi a grande quantidade de marisco que nos deslumbrou: Santolas, Lagostas, Lavagantes, Sapatateiras, Cavacos e Camarões. É um excelente mergulho para os amantes da Imagem Subaquática, em especial em macro fotografia.
O Hildebrandt
No segundo mergulho do dia, e ainda com o pensamento no peixe grelhado do almoço, fomos até aos Oitavos. Local próximo do primeiro mergulho, com uma profundidade de dez metros, é caracterizado por lajes de grandes dimensões onde podemos encontrar os destroços do Hildebrandt. Este navio cargueiro, transportando viaturas automóveis, naufragou em meados da década de cinquenta, do século passado, numa zona desabrigada e perto da costa. Apesar de bastante destruído e assoreado, ainda podemos observar parte da sua estrutura, que abriga numerosas espécies. Foi um mergulho longo graças à baixa profundidade em que pudemos observar várias espécies: Espirógrafos, Nudibrânquios, Estrelas-do-mar, Esponjas, Sargos, Bodiões, Polvos, Agulhinhas (também conhecidas por Marinhas), Rascassos, Cabozes, Fanecas e (também aqui) muito marisco.
Abençoado Nitrox
Para domingo ficaram duas saídas para costa Oeste. Mergulhos de maior complexidade e recomendados a mergulhadores experientes. A viagem dura apenas 15 minutos. Estamos na Pedra do Guincho. Sente-se alguma corrente e impõe-se uma descida pelo cabo. Encontramos bastante suspensão, que só melhora nos quinze metros. É um local caracterizado por lajes compridas, com paredes altas e inclinadas, intercaladas por longas línguas de areia. Dependendo da maré, podemos chegar aos trinta metros, pelo que se recomenda o uso do Nitrox aos mergulhadores certificados. As lajes estão totalmente cobertas por Anémonas, Espirógrafos, Esponjas e Estrela do Mar. Uma Navalheira e um cardume de Sargos foi a comissão de boas vindas. De seguida podemos observar um cardume de Fanecas logo seguidos por um Ruivo, alguns Bodiões e um Safio. É um local que merece mais do que um mergulho pois devido à profundidade o tempo de fundo é reduzido.
Mergulho a ocidente
A segunda saída do dia foi para zona do Cabo da Roca. Local conhecido por Pedra da Arca com uma profundidade de vinte metros é composta por um conjunto de rochas de grandes dimensões intercaladas por vales de fundo arenoso. Ao sabor das correntes, encontramos Espirógrafos, Gorgónias, Esponjas e Anémonas que se alimentam de pequenos organismos. Nalguns buracos podemos encontrar moreias, que à nossa passagem, procuram defender o seu território. Presença habitual neste local são ainda os Robalos de bom porte, Chocos, Polvos, Sargos e Bodiões e uma grande quantidade de Estrelas do Mar. Durante a paragem de segurança, aos cinco metros, observamos vários Peixes Lua em operações de limpeza dos parasitas. Assim terminámos mais um belo fim-de-semana com a promessa de voltarmos.
Cascais é, provavelmente, um dos locais de mergulho menos conhecidos e procurados pelos amantes do mergulho em Portugal. No entanto, a sua localização geográfica permite-nos desfrutar do mergulho durante quase todo o ano. A sua costa Oeste e Sul é delimitada pelo Oceano Atlântico. Mas esta última, que se extende até ao estuário do Rio Tejo, é mais abrigada permitindo assim o mergulho quando as condições meteorológicas são mais desfavoráveis.
Desta vez, a nossa proposta de fim-de-semana fica muito próxima de Lisboa e num dos vértices da chamada Costa Estoril Sintra. No centro desta região (uma faixa com 20x40 Km) sobressai a magestosa Serra de Sintra (área classificada pela UNESCO como paisagem cultural património da Humanidade) que ajuda a definir sectores diferenciados sobre o ponto de vista climático. Esta diversidade permite-nos obter locais recomendados para todo o tipo de mergulhadores.
Entre moreias e marisco
Após a marcação dos mergulhos com Francisco Macedo, responsável pelo centro de mergulho local, o sábado ficou reservado para os mergulhos mais próximos da Marina de Cascais. Saímos para Oeste e numa rápida viagem de, aproximadamente dez minutos, chegámos à zona da Pedra da Moreia. Umas formações rochosas, com três a cinco metros de altura, onde podemos facilmente chegar aos quinze metros de profundidade. É uma zona para um mergulho calmo e descontraído, o ideal para começar a jornada. Ao cair na água constatamos que, apesar do vento vindo de terra, até estamos com sorte. A visibilidade atinge os dez metros, e quase não há corrente. Logo no início do mergulho encontrámos um polvo numa posição desafiadora, o modelo perfeito para as primeiras fotos do dia. As melhores surpresas estão reservadas nos buracos na pedra, que devem ser explorados com uma boa lanterna. As Moreias e os Safios são uma atracção deste mergulho, assim como a grande quantidade de Nudibrânquios, mas foi a grande quantidade de marisco que nos deslumbrou: Santolas, Lagostas, Lavagantes, Sapatateiras, Cavacos e Camarões. É um excelente mergulho para os amantes da Imagem Subaquática, em especial em macro fotografia.
O Hildebrandt
No segundo mergulho do dia, e ainda com o pensamento no peixe grelhado do almoço, fomos até aos Oitavos. Local próximo do primeiro mergulho, com uma profundidade de dez metros, é caracterizado por lajes de grandes dimensões onde podemos encontrar os destroços do Hildebrandt. Este navio cargueiro, transportando viaturas automóveis, naufragou em meados da década de cinquenta, do século passado, numa zona desabrigada e perto da costa. Apesar de bastante destruído e assoreado, ainda podemos observar parte da sua estrutura, que abriga numerosas espécies. Foi um mergulho longo graças à baixa profundidade em que pudemos observar várias espécies: Espirógrafos, Nudibrânquios, Estrelas-do-mar, Esponjas, Sargos, Bodiões, Polvos, Agulhinhas (também conhecidas por Marinhas), Rascassos, Cabozes, Fanecas e (também aqui) muito marisco.
Abençoado Nitrox
Para domingo ficaram duas saídas para costa Oeste. Mergulhos de maior complexidade e recomendados a mergulhadores experientes. A viagem dura apenas 15 minutos. Estamos na Pedra do Guincho. Sente-se alguma corrente e impõe-se uma descida pelo cabo. Encontramos bastante suspensão, que só melhora nos quinze metros. É um local caracterizado por lajes compridas, com paredes altas e inclinadas, intercaladas por longas línguas de areia. Dependendo da maré, podemos chegar aos trinta metros, pelo que se recomenda o uso do Nitrox aos mergulhadores certificados. As lajes estão totalmente cobertas por Anémonas, Espirógrafos, Esponjas e Estrela do Mar. Uma Navalheira e um cardume de Sargos foi a comissão de boas vindas. De seguida podemos observar um cardume de Fanecas logo seguidos por um Ruivo, alguns Bodiões e um Safio. É um local que merece mais do que um mergulho pois devido à profundidade o tempo de fundo é reduzido.
Mergulho a ocidente
A segunda saída do dia foi para zona do Cabo da Roca. Local conhecido por Pedra da Arca com uma profundidade de vinte metros é composta por um conjunto de rochas de grandes dimensões intercaladas por vales de fundo arenoso. Ao sabor das correntes, encontramos Espirógrafos, Gorgónias, Esponjas e Anémonas que se alimentam de pequenos organismos. Nalguns buracos podemos encontrar moreias, que à nossa passagem, procuram defender o seu território. Presença habitual neste local são ainda os Robalos de bom porte, Chocos, Polvos, Sargos e Bodiões e uma grande quantidade de Estrelas do Mar. Durante a paragem de segurança, aos cinco metros, observamos vários Peixes Lua em operações de limpeza dos parasitas. Assim terminámos mais um belo fim-de-semana com a promessa de voltarmos.
Sem comentários:
Enviar um comentário